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XTELINHA
Entrevista com Jeff & Kerry
O Slayer é, defitivamente, uma banda especial. Surgida no início dos anos 80 no grande 'boom'
thrash da Bay Area de San Francisco ao lado de Exodus, Metallica e Testament, a banda sempre
trilhou os caminhos mas porradaria do estilo. A verdade é que a galera do Slayer sempre foi fã de
metal extremo e nunca deu a mínima para as modas.
A mistura precisa de thrash com hardcore chegou ao seu ápice no álbum "Reigh In Blood", considerado
na época um dos mais rápidos e extremos de todos os tempos.
O Slayer cresceu muito, mudou bastante, mas nunca perdeu o pique. Mesmo o entra-e-sai de bateristas
não conseguiram alterar a fúria do quarteto californiano. Primeiro, saiu o magnânimo Dave Lombardo
para formar seu igualmente ótimo projeto Grip Inc.: para seu lugar, veio temporariamente Tony Scaglione,
do Whiplash, mas não esquentou o lugar e quem ficou mesmo foi Paul Bostaph, excelente batera do Forbidden;
recentemente mais uma baixa: Bostaph se mandou e foi substituído por John Dette, ex-batera do Evil Dead
e do Testament.
No meio da confusão, a banda lançou o tão esperado álbum de covers punks, que mudou de título algumas
vezes e saiu como "Undisputed Attitude". Como resistir as versões literalmente atômicas do Slayer
para clássicos do GBH, D.R.T., Suicidal Tendencies, Minor Threat, Stooges...? Na verdade, para quem
já conseguiu fazer de "In-a-Gadda-da-Vida", do Iron Butterfly, uma porradaria thrashcore na trilha
sonora do filme 'Less Than Zero', tudo é possível.
Para comentar mais sobre o disco e covers e falar da saída de Bostaph, fomos conversar com os guitarristas Jeff Hanneman e Kerry King.
GP - Todo mundo sabe que vocês são velhos fãs de hardcore e punk rock. Foi difícil escolher as músicas
para entrarem no álbum ?
JEFF HANNEMAN - Antes de entrar no Slayer
eu era punk, na década de 70, e sempre "apresentei" o estilo
aos meus amigos. Fiz isso com o pessoal do Slayer, que conhece o punk através de mim. Quando decidimos
fazer esse álbum de covers, os caras da banda me pediram para escolher as músicas, o que não foi
nada fácil, pois há centenas de músicas que adoro. Foi então que Kerry simplesmente me passou
dezenas de músicas para que eu dissesse o que achava de cada uma delas. Infelizmente ficaram de
fora algumas de minhas bandas favoritas, como Black Flag e Dead Kennedys, mas não havia espaço
para todo mundo.
KERRY KING - O fato de já estarmos há muito tempo planejando algo desse tipo ajudou bastante para
que iniciássemos o projeto com um grande pique.
GP - Vocês preferiram se concentrar nas bandas mais underground ?
JEFF - Começamos com cerca de 18 faixas e baixamos para 16. Algumas foram escolhidas de forma estranha. "Mr.
Freeze", do Dr. Know, por exemplo, não era uma de minhas favoritas, mas o Kerry simplesmente ficou
alucinado pelo riff de abertura. Inicialmente, nós a gravamos só por diversão, mas o resultado
ficou tão bom que resolvemos deixar no disco.
GP - Enquanto seleconava as músicas, havia uma preocupação de evitar a linha poppy punk ?
JEFF - Quando escolhemos essas músicas, não foi tanto pelas letras, mas pela raiva e pela atitude.
É algo que sempre quisemos fazer. Se você der uma olhada em fotos antigas do Slayer, vei perceber
que estávamos sempre vestindo camisetas de bandas punk. Eu cresci nesse meio.
GP - O ábum chegou a ter alguns títulos e foi oficializado como "Selected & Exumed". Por que mudaram no
último minuto para "Undisputed Attitude" ?
JEFF - Levamos algum tempo para conseguir concordar com o título para esse álbum. Eu trouxe essa
idéia de "Selected & Exumed", e como ninguém havia tido nenhuma outra coisa, decidimos colocar esse
título. Só que quando começamos a trabalhar na arte da capa, não conseguimos imaginar nada que se
ancaixasse com esse título.
O máximo que conseguímos imaginar eram alguns cadáveres de pessoas
famosas sendo exumados, mas não gostamos muito da idéia. Foi então que encontramos uma foto de um
monte de fãs do Slayer em um show que era perfeita para a capa, apesar de não se encaixar no título.
Kerry apareceu então com o nome "Undisputed Atittude".
KERRY - Na verdade, não conseguíamos relacionar o antigo título nem com as músicas
que estávamos gravando.
GP - Muito se falou que Iggy Pop participaria da faixa "I Wanna be Your Dog" (N.: Música do Stooges, antiga banda de Iggy). Porque não rolou?
JEFF - Na verdade, eu não conhecia a versão do Iggy Pop. Nós a fizemos porque adorávamos a versão que Sid Vicious fez
para essa música em anguns shows após ter saído do Sex Pistols. Era muito legal, eu adorava ouvir uma fita que eu tinha com essa faixa ! Quando começamos a gravar esta música, Rick Rubin [produtor] disse que Iggy estava na cidade e que poderiamos fazer uma participação. Nós não quisemos. Não que nós detestemos Iggy Pop, apenas que ele não é um de nossos ídolos do passado.
JEFF - Somos muito amgo de Rocky [ guitarrista do Suicidal ], é uma amizade de longa data. Poderíamos ter feito qualquer música daquele primeiro disco, mas foi Kerry que escolheu "Memories Of Tomorrow".
KERRY - Eu não diria que essas bandas nos influenciaram diretamente, mas eles fizeram músicas que gosto bastante. O D.R.I., por exemplo, fazia uns lances muito legais de misturar hardcore, punk e thrash no início de sua carreira.
GP - O Minor Threat, de que vocês se confessaram admiradores, tem uma filosofia tipo "vida saudável", inclusive seguindo os princípios do straight-edge [N.: não fumam, bebem e nem tomam drogas]. Vocês têm alguma simpatia por essa filosofia ou só gostam mesmo do som e da energia da banda ?
KERRY - Sinceramente, eu nem levo esse lado em consideração. Sei que tem muita gente que gosta e segue a filosofia deles, principalmente na Europa, mas não é o nosso caso. Apenas gostamos muito da música que eles fazem.
GP - A imprensa tem noticiado pequenos ataques que vocês têm feito a essa onda poppy punk californiana. "Undisputed Attitude" é uma espécie de "resposta" ao poppy punk tipo MTV?
JEFF - Tudo tem seu lado positivo, e o dessa onda aí é que a música está ficando mais pesada, apesar do pique pop. Outro dia eu estava ouvindo uma dessas bandas de punk pop e achei até que interessante e pesado, apesar de ter um peso do Slayer ou das velhas bandas punk. Outro lance interesante são as letras: São cheias de sermões, politicamante corretas demais. As letras punk antigas queriam deixar a sociedade puta, e não dizendo "Oh, como eles são politicamente corretos!"...Eles parecem a mãe da gente dizendo qual é a coisa certa para se fazer ! Eu não quero ouvir um disco em que alguém me diz o que devo fazer com minha vida ! Quero ler letras sobre coisas que nunca faço, como matar pessoas. Eu vejo as letras como se fossem um filme: não tenho muito saco para encarar uma história de amor com final açucarado; quero ver ação, matança, pois isso que é entretenimento ! Detesto que venham me dar sermões como se fossem minha mãe ! Eu já tenho uma !! [risos]
KERRY - Muita gente acha que o fato de estarmos lançando um disco hardcore justamente no meio da onda punk da Califórnia não é uma coicidência. Pois eu garanto que é ! Até porque o que eles fazem não é punk, é pop !!!
GP - Vocês também lançaram o video "Live Intrusion" quase ao mesmo tempo que o álbum. Há alguma ligação ?
JEFF - Esse vídeo é outra coisa que queríamos fazer há muito tempo. Aliás, há muito tempo que estamos dizendo que queríamos fazer esse vídeo há muito tempo ! [risos] Depois que fizemos aquele clip com Ice T [ N.: "Disorder", medley do Exployted para a trilha sonora do filme "Judgment Night" ], resolvemos concretizar o projeto. Mas não teve nenhuma ligação direta com o álbum de covers.
KERRY - Não que eu saiba. Afinal, censura é algo estúpido demais que não pode continuar existindo !
GP - Qual foi o verdadeiro motivo da saída de Paul Bostaph ?
JEFF - A gente não conseguia acreditar mas, desde o começo, mesmo antes de fazer os primeiros shows ou gravar com o Slayer, Paul queria montar seu próprio projeto [ N.: batizado Truth About Seafood ]. Só que imaginávamos que se ele entrasse no Slayer iria sossegar... o que não aconteceu. Não houve nenhum problema pessoal envolvido, nós empre nos demos muito bem. O fato é que ele queria montar esse projeto paralelo.
GP - Muita gente disse que ele estava cansado de tocar metal...
KERRY - Na verdade, Paul realmente nos disse que não estava mais a fim de tocar metal, por isso partiu para esse projeto paralelo.
GP - Quando vocês ainda estavam selecionando um novo batera, falou-se muito em Gene Hoglan [ que andou pelo Dark Angel e Death] e Glenn Evans. Como chegaram até a escolha de John Dette ?
JEFF - Chegamos a tentar com seis ou sete pessoas diferentes, mas sentimos que John seria o escolhido logo de cara. Tentamos com Hoglan, que é muito bom, mas quando John apareceu a procura acabou!
KERRY - Fizemos testes por uma semana inteira com outros bateras, mas John era definitivamente o melhor.
GP - John chegou a gravar algo em "Undisputed Attitude" ?
KERRY - Não, Paul é quem gravou tudo. Nós só começamoas a fazer testes para um novo batera com o disco já estava todo gravado.